quinta-feira, 8 de outubro de 2009

FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA


FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA
Prof. Elon Lages


u Qual é a caracterização da função logarítmica?

Provaremos a seguir que, entre as funções monótonas injetivas Â+ ® Â, somente as funções logarítmicas têm a propriedade de transformar produtos em somas. Antes lembremos que se f: Â+ ®  é tal que f(ax) = x para todo x Î Â então f(y) = loga y para todo y Î Â+, de acordo com a Observação no final da seção 6, pois x ® ax é uma função sobrejetiva de  em Â+. (Estamos supondo a > 0 diferente de 1.)

TEOREMA: (CARACTERIZAÇÃO DAS FUNÇÕES LOGARÍTMICAS) Seja f: Â+ ® Â uma função monótona injetiva (isto é, crescente ou decrescente) tal que f(xy) = f(x) + f(y) para quaisquer x, y Î Â+. Então existe a > 0 tal que f(x) = loga x para todo x Î Â+ .

DEMONSTRAÇÃO: Para fixar as idéias, admitamos f crescente. Outro caso é tratado igualmente. Temos f(1) = f(1.1) = f(1) + f(1), logo f(1) = 0. Provemos o teorema inicialmente supondo que exista a Î Â+ tal que f(a) = 1. Depois mostraremos que isto sempre acontece, logo não é uma hipótese adicional. Como f é crescente e f(a) = 1 > 0 = f(1), tem-se a > 1. Para todo m Î N vale
f (am) = f( a . a. ... a)
= f(a) + f(a) + ... + f(a)
= 1 + 1 + ... + 1 = m,

0 = f(1) = f(am . a-m)
= f(am) + f(a-m ) = m + f(a-m ),

logo f(a-m) = –m. Se com m Î Z e n Î N então rn = m, portanto

m = f(am) = f(arn) = f((ar)n) = n. f(ar)

e daí f (ar) = = r. Se x Î Â é irracional então, para r, s racionais tem-se

r < as =" f(ar)"> 0.
Consideramos agora o caso geral, em que se tem uma função crescente g: Â+ ® Â, tal que

g(xy) = g(x) + g(y),

sem mais nenhuma hipótese. Então g(1) = 0 e, como 1 <> 0. A nova função f: Â+ ® Â, definida por f(x) = , é crescente, transforma somas em produtos e cumpre f(2) = 1. Logo, pela primeira parte da demonstração, tem-se f(x) = log2 x para todo x > 0. Isto significa que, para todo x > 0, vale

x = 2f(x) = = ( )g(x) = ag(x),

com a = . Tomando loga de ambos os membros da igualdade ag(x) = x vem, finalmente: g(x) = loga x.



u Considere a transformação T : R2 ® R2, T(x,y) = (2x,y/2)
a) Qual é a imagem do retângulo de vértices (0,0), (0,4), (4,2) e (0,2) pela transformação T? Faça o desenho.
b) As duas figuras têm a mesma área?
c) Se considerarmos a transformação T(x,y) = (kx, y / k), k ¹ 0. As duas figuras têm a mesma área?
d) Analise o efeito da transformação T (para k=1) no gráfico da função h(x) = 1 / x , x > 0.
e) Como definir a função f (x) = ln x usando a noção de área sob a curva y = 1 / x ?
f) Use a noção de área sob a curva y = 1 / x e a desigualdade para concluir que .
a) (0, 0), (0, 2), (8, 1) e (0, 1)

·
·
·
·
2
4
6
8
0
1
2











Os pontos não representam vértices de um retângulo.

b) Se representasse um retângulo, teriam a mesma área.


c) Para cada número real k > 0, definimos a transformação (= função) T = Tk: Â2® Â2 , que associa a cada ponto (x, y) o ponto T(x,y) = (kx, ), obtido de (x,y) multiplicando a abscissa por k e dividindo a ordenada pelo mesmo k.

Um retângulo X de lados paralelos aos eixos, com base medindo b e altura medindo a, é transformado por T num retângulo X’ = T(X), ainda com lados paralelos aos eixos, porém com base kb e altura . Portanto X e seu transformado X’ = T(X) têm áreas iguais. Mais geralmente, T transforma toda figura F do plano numa figura F’ = T(F), cujas dimensões em relação a F são alteradas pelo fator k na horizontal e na vertical. Logo F e F’ têm a mesma área.




d) Seja

H = {(x, ); x > 0}

o ramo positivo da hipérbole eqüilátera xy = 1; H é o gráfico a função h: Â+ ® Â, h(x) = .
Dados a, b Î Â+ , o conjunto dos pontos (x,y) do plano tais que x está entre a e b e 0 £ y < x =" a," x =" b," t =" Tk:"> 0, as faixas e têm a mesma área.
Normalmente, a área de uma figura não é um número negativo. Mas às vezes é conveniente usar “áreas orientadas”, ou seja, providas de sinal + ou –. É o que faremos agora.
Convencionaremos que a área da faixa de hipérbole será positiva quando a < a =" b." rea =" área"> 0 se a < rea =" –área" rea =" 0." rea =" ." rea =" –ÁREA" rea =" ÁREA" rea =" ÁREA"> 0.

f(x) = ÁREA

·
Y
O
X
x’
x
1
f(x) = área
f(x’) = –área












n x = área da região hachurada
n x’ = – área da região pontilhada

Resultam imediatamente da definição as seguintes propriedades:
f (x) > 0 Û x > 1;
f (x) < rea =" ÁREA" rea =" ÁREA" rea ="1" rea =" 1." e =" 2,718281828459." rea ="1,"> 0.


Dividindo por x:

Tomando x = :


portanto:


para todo n Î N. Quando n cresce indefinidamente, se aproxima de 1, logo tende a e. Segue-se então destas últimas desigualdades que

n®¥

Este argumento ilustra bem claramente a vantagem que advém de se interpretar o logaritmo natural geometricamente: a noção de área é visualmente intuitiva, permitindo que se obtenham desigualdades como a que foi usada aqui.


n®¥A igualdade foi obtida a partir da desigualdade

(*)

válida para todo x > 0. Se considerarmos –1 <> 0 e 1 + x > 0. Portanto é válido ainda falar de n (1 + x). Observamos que o retângulo cuja base mede –x e cuja altura mede 1 está contido na faixa e esta, por sua vez, está contida no retângulo de mesma base e altura . Comparando as áreas destas figuras, vem


Dividindo os 3 membros pelo número positivo –x obtemos

(**)

As desigualdades (*) e (**) nos dão


ou seja,

conforme seja x > 0 ou –1 <> 0 ou < x =" ,">

RAZÃO E PROPORÇÃO

NOÇÃO DE RAZÃO

Suponha que o professor de Educação Física de seu colégio tenha organizado um torneio de basquetebol com quatro equipes formadas pelos alunos da 6ª série. Admita que o seu time foi o vencedor e que você, na partida decisiva, foi o “cestinha” com 40 pontos. Porém, para conseguir estes pontos você fez 60 arremessos. Então, em 60 arremessos você fez 40 pontos.
Vamos indicar agora a divisão:

ou 60 : 40

Este quociente indicado recebe o nome de razão.
Podemos dizer, então, que:
Razão é o quociente indicado (exato) entre dois números racionais, sendo que o segundo número é diferente de zero.

Como você pode perceber, uma razão é representada por uma fração. No entanto, não deve ser lida como se fosse um número racional. Observe o quadro abaixo:

Número racional (representado por fração)
Razão (representada por fração)
lê-se: um meio
lê-se: um para dois ou um está para dois
lê-se: três quartos
lê-se: três para quatro ou três está para quatro
lê-se: cinco terços
lê-se: cinco para três ou cinco está para três
lê-se: sete décimos
lê-se: sete para dez ou sete está para dez

Não se esqueça, então, que, por exemplo, é um numeral (fração) que representa o número racional “quatro quintos” e, também, a razão “quatro está para cinco”.

Complete, indicando a leitura das seguintes razões:
1) lê-se: dois para três ou dois está para três
2) lê-se: um para quatro ou um está para quatro
3) lê-se: um para cinco ou um está para cinco
4) 5 : 7 lê-se: cinco para sete ou cinco está para sete
5) lê-se: quatro para nove ou quatro está para nove
6) lê-se: sete para cinco ou sete está para cinco
7) lê-se: nove para sete ou nove está para sete
8) 3 : 1 lê-se: três para um ou três está para um
9) lê-se: dois para nove ou dois está para nove
10) lê-se: dez para um ou dez está para um
11) 5 : 10 lê-se: cinco para dez ou cinco está para dez


Estabeleça a razão entre o primeiro e o segundo números:
1) 2 e 11 = ou 2 : 11
5) 9 e 15 = ou 9 : 15
9) 1 e 5 = ou 1 : 5
2) 5 e 6 = ou 5 : 6
6) 12 e 3 = ou 12 : 3
10) 8 e 1 = ou 8 : 1
3) 10 e 9 = ou 10 : 9
7) 4 e 7 = ou 4 : 7
11) 13 e 15 = ou 13 : 15
4) 7 e 11 = ou 7 : 11
8) 35 e 12 = ou 35 : 12
12) 25 e 5 = ou 25 : 5



OS TERMOS DE UMA RAZÃO: O ANTECEDENTE E O CONSEQÜENTE

Vamos considerar a notação . O que ela representa?
A notação é um numeral (fração) que representa um número “três quintos”, onde 3 é o numerador, e 5, o denominador. Porém, é a representação também da razão “três para cinco”, onde 3 é o antecedente, e 5, o conseqüente.
Então:

Fração



Razão


Exemplos:
1) é uma fração, onde 4 é o numerador e 9 é o denominador.
2) é uma fração, onde 3 é o numerador e 7 é o denominador.
3) é uma razão, onde 7 é o antecedente e 10 é o conseqüente.
4) é uma razão, onde 13 é o antecedente e 17 é o conseqüente.
5) é uma razão, onde 1 é o antecedente e 6 é o conseqüente.

RAZÕES EQUIVALENTES

Você ainda está lembrado do torneio de basquetebol do qual você participou e foi o “cestinha” com 40 pontos em 60 arremessos? Pois bem, suponha que, no mesmo torneio, um de seus colegas de equipe tenha feito 20 pontos com 30 arremessos.
Note que você, em 60 arremessos, conseguiu 40 pontos.
Nesse caso, temos a seguinte razão: .
Por outro lado, seu colega, em 30 arremessos, conseguiu 20 pontos. Temos, então, a razão: .
Como você pode perceber, a quantidade de arremessos e de pontos feitos pelo seu colega corresponde, exatamente, à metade dos seus. Portanto:
e são razões que se equivalem.
Para obter razões equivalentes, basta aplicar a propriedade fundamental, que é a seguinte:
Ao multiplicar ou dividir os termos de uma razão por um mesmo número diferente de zero, obtém-se outra razão equivalente à primeira.

O sinal utilizado para indicar a equivalência entre duas razões é ~. Entretanto, por facilidade, usa-se o sinal = e costuma-se dizer razões iguais em lugar de razões equivalentes.

Observe:

x 4
x 3
x 2
x 2
x 3
x 4 : 2 : 2 : 3





: 2 : 2 : 3 Forma irredutível



são razões equivalentes ou razões iguais . são razões equivalentes ou razões iguais.














Dê as razões equivalentes à razão apresentada na forma irredutível:


Obtenha as razões equivalentes até atingir a forma irredutível:




O EMPREGO DA PROPORÇÃO NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

Vamos aprender agora a resolver problemas utilizando a proporção. Considere o seguinte problema:
Uma vara de 30 cm fincada verticalmente no solo produz, numa determinada hora do dia, uma sombra de 40 cm. Se a vara possuir 60 cm, qual será o comprimento de sua sombra, nas mesmas condições?
40 . 60
Þ 30 . x = 40 . 60
60 cm 30 . x 30 . x = 2400 Û x = 2400 : 30

30 cm x = 80
Resposta: 80 cm.

40 cm x





Agora resolva estes problemas:

1) Você fincou verticalmente no solo uma vara de 8 cm, a qual produziu uma sombra de 6 cm. Quanto medirá o comprimento da sombra produzida por uma vara de 40 cm?
8 . x = 6 . 40
8 . x = 240 Û x = 240 : 8 Û x = 30 cm

2) Uma vara de 12 cm fincada verticalmente no solo produz uma sombra de 15 cm. Quanto deve medir o comprimento de uma vara para que ela produza uma sombra de 45 cm?
15 . x = 12 . 45
15 . x = 540 Û x = 540 : 15 Û x = 36 cm

3) Em determinada hora do dia, uma vara de 2 m, fincada verticalmente no solo, produz uma sombra de 3 m. Qual é a altura de um prédio cuja sombra mede 0,6 hm na mesma hora do dia?
3 . x = 2 . 60
3 . x = 120 Û x = 120 : 3 Û x = 40 m

4) Você tem uma fotografia com as seguintes dimensões: 3 cm de largura e 4 cm de comprimento. Se você ampliar esta fotografia, de modo que a medida de seu comprimento passe a ser 28 cm, quanto medirá sua largura?
4 . x = 3 . 28
4 . x = 84 Û x = 84 : 4 Û x = 21 cm

5) Na planta de uma casa, as dimensões da sala são: 6 cm de largura e 10 cm de comprimento. Ao construir a casa, a sala ficou com uma largura de 4,5 m. Qual a medida do comprimento desta sala?
6 . x = 10 . 4,5
6 . x = 45 Û x = 45 : 6 Û x = 7,5 m




















O QUARTO TERMO DE UMA PROPORÇÃO: A QUARTA PROPORCIONAL

Observe a proporção:
ou 2 : 3 = 6 : 9
9 é a quarta proporcional dos números 2, 3 e 6.

Consideremos um problema:
Qual é a quarta proporcional dos números ?
Veja:





Como você pode notar, a quarta proporcional dos números .

Ache a quarta proporcional dos números:

1) 2, 3 e 4 2) 5, 8 e 15 3) 1, 2 e 5
2 . x = 12 5 . x = 120 1 . x = 10 x = 12 : 2 = 6 x = 120 : 5 = 24 x = 10 : 1 = 10

4) 5)


6) 1,2, 0,5 e

UMA PROPORÇÃO ESPECIAL: A PROPORÇÃO CONTÍNUA

Examine esta proporção:
ou 4 : 8 = 8 : 16
meios
extremos

Note que, nessa proporção, os meios são iguais. Pois bem, uma proporção que apresenta os meios iguais recebe o nome de proporção contínua.


O QUARTO TERMO DE UMA PROPORÇÃO CONTÍNUA:
A TERCEIRA PROPORCIONAL

Considere o problema:
Descubra o valor de x na proporção: .

10 . x
Þ 10 x = 100 Û x = 100 : 10 = 10
4 . 25 = 100

A proporção é ou 4 : 10 = 10 : 25. Veja que os meios são iguais. Então, esta proporção é uma proporção contínua.
4 : 10 = 10 : 25
25 é a terceira proporcional dos números 4 e 10.
meios iguais

Ache a terceira proporcional dos números:
1) 1 e 2 2) 2 e 4 3) 3 e 6


4) 4 e 12 5) 8 e 20 6) 8 e 16

7) 8)



VERIFIQUE O QUE APRENDEU:

a) Complete adequadamente:
1) Na proporção , 2 e 21 são os extremos e 7 e 6 são os meios.
2) lê-se: três está para quatro, assim como quinze está para vinte.
3) Numa proporção, os produtos dos meios e dos extremos são iguais. Esta afirmação corresponde à propriedade fundamental.
4) Quando os meios de uma proporção são iguais, ela é chamada de proporção contínua.
5) O quarto termo de uma proporção chama-se quarta proporcional. Entretanto, se a proporção for contínua, o quarto termo recebe o nome de terceira proporcional.

b) Coloque, nas seguintes proporções, os termos que faltam:
1) (25) 2) (44) 3) (3) 4) (13)

5) (18) 6) (6) 7) (8) 8) (45)

9) 3 : __ = 12 : 20 (5) 10) 4 : __ = 3 : 12 (16)

c) Complete as proporções contínuas:
1) (4) 2) (30) 3) 8 : __ = __ : 32 (16)

4) 4 : __ = __ : 16 (8) 5) (20) 6) (12)

d) Descubra a quarta proporcional dos números:
1) 4, 5 e 8 (10) 6) 3, 5 e 1 (5/3)
2) 14, 16 e 21 (24) 7) 7, 11 e 14 (22) 11) (2/15)
3) (1) 8) 9, 10 e 27 (30) 12) (3/5)

4) 0,1, 0,3 e 0,5 (1,5) 9) 7, 8 e 3,5 (4)

5) 2, 4 e 6 (12) 10) 5, 6 e 15 (18)
e) Determine a terceira proporcional dos números:

1) 16 e 4 (1) 2) 9 e 6 (4) 3) (3/4)

4) 16 e 24 (36) 5) 3 e 12 (48) 6) 9 e 12 (16)

7) 9 e 18 (36) 8) 4 e 22 (121) 9) (1/24)
10) (1/2) 11) 9 e (1/16) 12) 25 e 5 (1)


f) Resolva os problemas:
1) O antecedente de uma razão é 6. Determine o seu conseqüente, sabendo que ela forma uma proporção com a razão . (7)
2) O conseqüente de uma razão é 40. Descubra o seu antecedente, sabendo que ela forma uma proporção com a razão . (16)
3) O antecedente de uma razão é 2. Qual é o seu conseqüente, sabendo que ela forma uma proporção contínua com outra razão, cujo conseqüente é 18? (6)

4) Você possui uma foto com as seguintes dimensões: largura, 18 cm, e comprimento, 24 cm. Esta foto foi obtida, por ampliação, de uma outra cuja largura é 3 cm. Determine o comprimento da foto original. (4 cm)

5) Em certa hora do dia um de seus colegas, cuja altura é de 1,50 m, projeta, em pé, uma sombra de 50 cm. Qual é, na mesma hora, o comprimento de uma vara que fincada verticalmente no solo, produz uma sombra de 20 cm? (60 cm)

Equação do 1º grau


1 – Forma geral
Uma equação do 1º grau apresenta a forma genérica.
ax + b = 0
onde a ¹ 0 e b são reais e x é a incógnita.

2 – Resolução
Resolver uma equação do 1º grau é encontrar o valor da incógnita que satisfaz à equação, tal valor é a raiz ou solução da equação. É muito simples encontrar a raiz, como se faz a seguir:
ax + b = 0
ax = –b

1º Exemplo:
Resolver a equação 3x – 12 = 0
Solução:
3x – 12 = 0
3x = 12

x = 4
Conclusão:
A raiz da equação proposta é 4.


2º Exemplo:
Resolver a equação
Solução:
Observando a equação proposta notamos que ela é, evidentemente, mais complicada que aquela do exemplo anterior. Em casos como este devemos operar procurando simplificar os termos presentes até que consigamos isolar a raiz. Desta maneira temos os seguintes passos:
1º) é uma diferença de dois termos elevados ao quadrado que lembramos ser igual ao “quadrado do primeiro menos o duplo produto do primeiro pelo segundo mais o quadrado do segundo”, assim:

2º) é uma soma de dois termos elevada ao quadrado, que igualmente lembramos ser o “quadrado do primeiro mais o duplo produto do primeiro pelo segundo mais o quadrado do segundo”, logo:

3º) apresenta-se fatorado, então devemos multiplicar o número pelos termos que estão no interior dos parênteses:

Agora a equação original se transforma em:
x2 – 6x + 9 + x2 + 10x + 25 = 2x2 + 46
transpondo os termos que contém x para a esquerda do sinal de igualdade e os que não contém para a direita:
x2 – 6x + x2 + 10x – 2x2 = 46 – 9 – 25
efetuando as reduções entre termos semelhantes:
4 x = 12
e finalmente

x = 3
Verificação:
É muito importante, principalmente em equações complicadas, verificar a correção do resultado, isto se faz substituindo o valor achado na equação proposta, assim:


64 = 2(32)
64 = 64
o que nos mostra termos encontrados a solução correta.

Conclusão:
A raiz da equação proposta é 3.

3º Exemplo:
Resolver a equação
Solução:
Inicialmente vamos reduzir ao mesmo denominador, tal denominador é (x – 3) . (x + 3), isto é, um produto de um binômio-diferença por um binômio-soma que lembramos ser igual a “diferença entre o quadrado do primeiro termo e o quadrado do segundo”, desta maneira temos:


como temos duas frações iguais, com o mesmo denominador, concluímos que os numeradores devem ser iguais, logo:



7x = 21
x = 3
Verificação:


lembrando que não existe significado para a divisão por zero, temos:
Conclusão:
Não há solução para a equação proposta ou a solução da equação proposta é impossível ou ainda a equação proposta é inconsistente.

4º Exemplo:
Resolver a equação
Solução:
Nesta equação aparecem potências com expoentes negativos, fracionários e nulos. Aproveitamos para lembrar:
a) uma potência com expoente negativo equivale a uma fração com a unidade como numerador e com um denominador que é a potência com o expoente positivo, assim:


b) uma potência com o expoente fracionário equivale a uma raiz na qual o índice é o denominador do expoente e cujo radicando é a base da potência elevada ao numerador do expoente, desta maneira temos:


c) uma potência com base diferente de zero e com expoente nulo equivale à unidade:
60 = 1
Usando as observações anteriores nossa equação fica:





Em casos como este é conveniente usar uma resposta aproximada. Usando a calculadora podemos encontrar o valor de x, com três decimais, como:
x @ 4,978

Verificação:


0,319 + 3,659 = 3,978
3,978 = 3,978
O que confirma o resultado encontrado.

Conclusão:
A raiz da equação proposta é aproximadamente igual a 4,978.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Vc se acha bom pra não entrar aqui? então toma!!!!!!!

Qual é o relacionamento mais próximo que minha filha pode ter com a irmã da mãe do sobrinho da minha irmã?
http://www.somatematica.com.br/desafios.php?pag=8

Para quem não e expert

Aula de Matemática para não matemáticos
Hoje resolvi dar uma Aula de Matemática para não matemáticos, inspirado por um "vago" comentário de um leitor. Vou falar de números racionais, que podemos, de forma informal, definir como todos números que podem ser escritos como a razão (divisão) de dois números inteiros. Resolvi escrever apenas em HTML, para ser mais rápido na escrita do texto e para não afastar ninguém com simbologia matemática aterradora.
Podemos dividir estes números em três categorias: os inteiros, as dízimas finitas e as dízimas infinitas periódicas.
Os inteiros, na sua forma não reduzida podem ser escritos sob a forma de uma fracção. A forma mais simples, será transformar um inteiro k na fracção k/1.
As dízimas finitas são fáceis de transformar numa fracção. Basta contar o número n de casas decimais, multiplicar por 10n e dividir por 10n. Por exemplo, 3,12 é igual a 312/100.
O mais complicado será transformar uma dízima infinita periódica numa fracção. Para fazer o contrário, basta uma máquina de calcular. Por exemplo, 5/3=1,666(6), onde o 6 se repete infinitamente. Mas como se chega do 1,666(6) a 5/3. A resposta está no estudo das progressões geométricas.
Na realidade, 1,666(6) = 1 + 0,6 + 0,06 + 0,006 + ... = 1 + 6 x 10-1 + 6 x 10-2 + ... + 6 x 10-n + ... = 1 + S
onde S é a série cujo termo geral ou sucessão geradora é 6 x 10-n. E trata-se de uma progressão geométrica, dado que a razão r entre dois termos consecutivos un+1 e un é constante (r = 1/10 = 0,1).
Para quem se lembra da matemática do ensino secundário, se a razão em módulo é inferior a 1, então a série é convergente e a sua soma é S = u1/(1-r). Neste caso, S = 0,6 / (1-0,1) = 0,6 / 0,9 = 6 / 9 = 2 / 3.
Assim, temos que 1,666(6) = 1 + S = 1 + 2 / 3 = 5 / 3.
Quando dava aulas de Matemática (há mais de 5 anos), costumava colocar, na sequência desta explicação, um problema aos meus alunos:Mostre que 0,999(9), dízima infinita periódica, não existe.
Perante a admiração dos alunos e uma série de comentários, acabava por reformular a pergunta, dizendo:Mostre que 0,999(9) = 1.
Posso dizer que era das poucas vezes que encontrava entusiasmo nos alunos relativamente à Matemática. Espero que este texto, ao invés de afastar os leitores não matemáticos, lhes mostre que a Matemática pode ter um lado divertido e prático.
Assim, desafio todos os leitores, especialmente os não matemáticos, a resolver o problema que eu colocava aos meus alunos.